Nestes tempos de grande crise, as pessoas andam assustadas, com medo, senten-se pressionadas e reprimidas. O peso do dia-a-dia é enorme, os conflitos e dificuldades parecem não acabar nunca. Todos ralham, todos têm razão.
No meio de tudo o que temos vivido o meu maior medo está a confirmar-se, as pessoas voltam-se para o passado, de modo saudosista, de tal modo que só vêem a parte positiva relegando o mau para o esquecimento. É como se fossemos aquele pessoa agredida pelo amante, mas ao estarmos sózinhos e estando com saudades do calor humano voltamos para os braços do agressor, fazendo tábua rasa de tudo o que de mau aconteceu.
Hoje, novamente, ouvi um senhor que deve ter á volta dos seus 60 anos dizer: "No tempo de Salazar estaríamos melhor do que hoje!"
Nesse momento GELEI.
Hoje estamos mal, estamos muito mal. Mal governados, sem estratégia económica, com medidas de austuridade que mais não servem do que pagar comissões e juros do dinheiro emprestado e não para rectificar maus procedimentos e politicas. É verdade, hoje Portugal, a Europa como projecto falha.
Mas agora voltarmo-nos para um regime ditatorial e dizer..esse sim é que era. Batia-nos, passavamos fome, mas olhe andava na rua e não era assaltado.
Em cuba também eu posso andar na rua de madrgada carregada de ouro e ninguém me assalta, mas tal deve-se ao facto de em cada esquina eu estar a ser espiada pela policia.
Eu não quero um Estado Parental, já tenho um pai não preciso de outro, o que eu preciso é que haja sentido de bem comum, que o apoio social não seja confundido com coitadinhismo, que haja ética, moral e acima de tudo Vergonha, porque gente sem vergonha faz tudo e não se importa.
Eu, o vizinho do lado e o País não precisamos que nos controlem as palavras, que me raccionem a mercearia, que me imponham consumos.
Mas, já em 1928 Salazar chegou ao poder após sucessivas repúblicas terem falhado e após Sidónio Paes ter sido assassinado e o Português ter sido preguiçoso e pensado "ah..tomem conta de mim, tomem as decisões por mim, escolham a minha vida que eu não consigo!"
E este pensamento antes deixa-me furiosa hoje deixa-me apreensiva.
Nota: A.P.A.S. - Associação dos Portugueses Amantes de Salazar - sigla com ligação à A.P.A.V.
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