Nos muros erguidos à minha volta nascem flores e ervas daninhas, numa relação de harmonia e equilíbrio, lembrando que o melhor da vida só é saboreado quando o pior cicatrizou profundamente a minha pele.
Os muros erguidos à minha volta existem para me tornar alpinista dos obstáculos que se equilibram em blocos como trapezistas de circo.
E, ao tentar trespassar, os muros erguidos à minha volta, só poderei olhar para o céu, tendo-o como limite para fugir da tentação de saber que do chão não há queda possível.
Pelos muros erguidos à minha volta, reconheço a solidão, tornando-a minha aliada na fuga permanente ao ruído ensurdecedor e confuso que o mundo se transformou.
Nos muros erguidos à minha volta reconheço o cheiro a humidade, sabendo que através dele, o verde resplandecente vive e revive a cada passagem da Primavera.
Nos muros erguidos à minha volta nascem flores e ervas daninhas e eu não consigo escolher qual a mais bela.
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