segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mas quem é que disse?

Eu não tenho perfil para professora/instrutora/formadora/ qualquer coisa finalizada em ora com o sentido de ensinar.
Sempre o disse com veemência, já na altura das escolhas de cursos quando me diziam "ah..aquele é bom, sempre poderás leccionar..." a minha resposta era " coitados dos miúdos..nem pensar..sofriam eles e eu!"
Entretanto quis a minha actividade profissional que volta e não volta tenha de dar formação, pior um tipo de formação "On Job Trainning!"
Com isto, vem a minha natural falta de paciência, principalmente se do outro lado eu explico e vejo um olhar vazio, como se estivesse a falar para uma parede...o cérebro nem está a tentar pensar quanto mais acompanhar o raciocínio. E eu vou perguntando: "Fiz-me entender?" tentando assim não colocar do lado de lá o rótulo de atrasadice, de quem já ouviu para lá de muitas vezes a explicação, de quem já viu fazer muitas vezes, de quem tenta fazer e de cada vez que o faz pergunta "Como é que era mesmo?"
Eu já escrevi manuais de procedimentos, quais manuais de utilização, ele é esquemas, setas, cores e bonecos apelativos para ver se não me ouvindo e lendo, talvez a coisa se dê, mas....sinceramente a eterna pergunta "como é que era mesmo?" está a causar-me urticária, e com ela o meu tom de voz já deixou de ser afável já é aquele tom que sugere "És burro que nem portas."
E pronto, eu sei que assim, ainda menos o moço vai aprender, mas não acho que ele conseguisse alguma vez aprender, porque se está à espera que o ecrã do computador lhe dê as respostas sem pensar, sem juntar o que já se transmitiu e alcançar uma conclusão, se está à espera que as situações sejam sempre as mesmas...bem...nesse caso eu podia ser Miss Professora do Ano, da Década, de Sempre, mas não haveria nada a fazer.
E novamente vem a questão "Como é que era mesmo?"

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