Meninos, Meninas e Bichinhos Carpinteiros

Vi um artigo do Público a alertar o fosso educacional entre rapazes e raparigas, que já criamos pelo menos uma geração de rapazes que, ao sentirem-se frustrados com a sua realização escolar que a abandonam, ao contrário do que se passa nas raparigas.

O artigo afirma que pelo facto de se valorizar as características de comportamento das raparigas, por serem menos irrequietas, menos respondonas, terem menos bichos carpiteiros, são premiadas nas suas notas.

Diz o artigo que hoje a avaliação não se faz só nas notas dos testes, mas sim no overall do comportamento, este torna-se um ponderador da nota final, e pelas características inerentes aos rapazes estes acabam por ter piores notas.

Vamos lá analisar isto...

Ok...concordo que se a criança/adolescente não é mal educado, então não deveria ser prejudicado na sua avaliação. Irrequitude não é sinónimo de mau comportamento.

Mas também é verdade, que cada vez mais, um professor encontra uma realidade díficil. Controlar uma sala de aula hoje, de modo a leccionar não é tão fácil como era a 10/20/30 anos atrás.

É verdade que hoje, uma comportamento irrequieto provoca provoca distúrbios na sala que demoram muito tempo a controlar. Hoje não basta dizer :"Joãozinho está quieto!"...porque hoje não existe um só joãozinho por sala, existem muitos...

Na minha opinião, mas isso deve ser porque sou rapariga, a sala tem de estar o mais sossegada possível para se conseguir empreender os conceitos ensinados, ou se for o caso ser uma sala interactiva.

Ter os rapazes mais irrequietos contra as raparigas mais sossegadas pode não ser muito fácil, e não valorizar um comportamento mais favorável à aula torna mais difícil gerir o grupo.

Por outro lado, reprimir os chamados bichinhos carpiteiros torna-as menos crianças, menos espontâneas, menos sorridentes.