sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crise em Portugal a Cantar desde séc. XVII

“(…) assustar os mercados, assustar o brasileiro, e a bancarrota estalava. Somente, como ele disse, isso não convinha a ninguém. Então Ega protestou com veemência. Como não convinha a ninguém? Ora essa! Era justamente o que convinha a todos! À bancarrota seguia-se a revolução, evidentemente. Um país que vive da inscrição, em não lha pagando, agarra o cacete; e procedendo por principio, ou apenas por vingança – o primeiro cuidado é varrer a monarquia que lhe apresenta o calote, e com ela o crasso pessoal do constitucionalismo. E passada a crise, Portugal livre da velha dívida, da velha gente, dessa coleção grotesta de bestas… A vos de Ega sibilava…Mas vendo assim tratados de grotescos, de bestas, os homens da ordem que fazem prosperar os Bancos, Cohen pousou a mão no braço do seu amigo e chamou-o ao bom senso. (..)” Os Maias, Eça de Queirós, Séc. XIX E nós, a pensar que a crise tinha começado no momento em que Barroso lançou a mítica frase: “ É tempo de apertar os cintos!”. Pelos visto é condição de ser-se português.

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails