domingo, 5 de fevereiro de 2012

1929-2012

Gosto de escrever, minto, gosto de desenhar letras, juntá-las e formar palavras, sem nexo, sem ligação, sem preocupações.
Gosto do formar da letra em si, a forma como o meu abcedário se escreve.
Gosto de pegar num papel, numa caneta e começar a disparatar em letras, começar no A e não saber o que se segue.
Talvez por se assemelhar ao dia-a-dia...à vida em si, podemos planear, podemos fazer To Do List´s, mas nunca se sabe o que será no final.
Posso basear a minha vida em probabilidades, posso tentar adivinhar o que o amanhã me reserva, mas não tenho certezas.
E não é belo ser assim?
Gosto de escrever, minto, gosto de desenhar letras, porque talvez, somente talvez me lembre que nada é garantido, que posso tentar ter uma letra redonda, bonita, perfeita, mas na urgência de a ver completa sair-me uma letra rascunhada, incompreensiva...sei lá...feia. Mesmo assim, gosto de tentar desenhá-la, como se ao fazê-lo estivesse a desenhar a minha vida.
Gosto de desenhar a letra O...aquela caligrafia da perninha sobre si mesmo, o circulo sobre o circulo, a volta final...
melhor letra para definir o nosso ciclo?
O final passa pelo inicio...
O final não chega antes de compreendermos o inicio...

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