…e naquele momento um sentimento
de Paz percorreu-lhe o corpo, entranhando-se na sua pele, nunca tinha
acreditado em auras e energias e agora lá estavam elas, num misto de azul límpido.
Mas desde quando é que os sentimentos podiam ser descritos em cores? E lá
estavam elas, o vermelho de raiva tinha desaparecido da sua vida, o roxo da
morte cristã tinha sido esquecido, ali só se sentia um azul, límpido, forte,
claro…tudo tinha clareado na sua mente.
Duvidou que estivesse viva,
qualquer coisa tinha acontecido, qualquer espécie de morte e, mesmo assim,
nunca a sua respiração e o pulsar do seu coração lhe tinham parecido tão fortes.
Não, ela estava viva, numa outra
vida, sem ressentimentos, sem mágoas, onde tudo se esclarecera, onde não eram
necessários perdões, para quê? Não os havia para dar.
Será isto o Paraíso? Existe
mesmo?
Apesar de tudo o verde da desconfiança
ainda pairava no ar…
Sem comentários:
Enviar um comentário