Com o avançar da idade, ui ca velha que estou a ficar, surgem bifurcações no caminho. Momentos cruciais de tomada de decisão, esperemos de forma consciente, com mil e uma ponderações e tentativas de desdobrar todos os se´s que poderão existir.
Chega aquele momento em que os empates são decididos ora com a cabeça ora com o coração. E avança-se, segue-se o trilhar sem medos e receios porque a esquerda ou a direita foram conduzidas com precaução, mesmo com um leve alarme, porque existe sempre aquela ínfima probabilidade de o percurso ter mais obstáculos do que previsto.
Não há decisão que não seja tomada de forma pensada e sentida e pergunto-me, como é que existem pessoas que percorrem a sua Vida cujo Plano B é a sobrecarga de terceiros?
Como é que se apregoa a Independência, mas ao final do dia as camisas passadas a ferro vêem da casa da mãe?
Como é possível nomear-me como Adulto sem saber as consequências das minhas decisões para mim própria e para os outros?
Coloco-me estas questões e visualizo que, pelo menos, neste rectângulo à beira-mar plantado não existe uma educação para a responsabilização, para o civismo, para o ser-se adulto.
Os medos de solidão são de tal modo enormes que vincula-se ad eternum um cordão umbilical, permitindo que as acções com efeitos negativos sejam eternamente desculpadas.
Utiliza-se a palavra perdão sem o sentir, perpetuando uma existência cujos limites de convivência extrapolam todo o bom senso e limites, ao mesmo tempo que não se sabe o que é viver sem cordas.
Quando é que interiorizamos que uma sociedade vive em comunhão quando sabe o que o sentimento de liberdade tem consequências.
Sim, sou eu que tomo as minhas decisões, mas também sou eu que arco com todas as implicações, sejam elas positivas ou negativas. E, mesmo havendo efeitos colaterais, o objectivo e trabalho é que sejam os menores possíveis.
Quando é que as pessoas começam a ler e a compreender o livro de instruções da Vida antes de pedir aos outros que lhe façam um resumo?
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